SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Associação entre o Subdiagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica e o Controle dos Sintomas Respiratórios em Adultos Portadores de Asma

Marcos Martinelli, Eduardo Vieira Ponte, Daniel Gimenez da Rocha, Raissa Martins Guinossi, Leticia Belleze, Jessica Bertolino, Ana Lucia Bergamasco Galastri, Hélder Jorge de Andrade Gomes, Alcides Rocha de Figueredo Júnior
Faculdade de Medicina de Jundiaí - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A despeito de terapias efetivas, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e asma são pobremente controladas na população. A falha no reconhecimento de HAS em pacientes inseridos no sistema de saúde deve refletir fatores subjacentes ao controle inadequado da asma.

Objetivos: Avaliar a associação entre o subdiagnóstico de HAS e o controle dos sintomas respiratórios em adultos asmáticos

Metodologia: estudo transversal em asmáticos referenciados para espirometria (serviço público). A pressão arterial (PA) foi aferida automaticamente, segundo as diretrizes. O Teste de Controle de Asma (ACT) foi utilizado como instrumento de avaliação dos sintomas respiratórios. Diagnósticos prévios foram obtidos por relato do paciente e análise de prescrição.

Resultados: Entre 593 participantes (56±16 anos; 66% de mulheres), 279 possuíam HAS conhecida e outros 76 indivíduos apresentaram PA ≥ 140 x 90 mmHg sem histórico de HAS. Na comparação com HAS prévia, hipertensos ocultos eram mais jovens (54±10 vs 64±10 anos; p < 0,001); tinham mais anos de estudo (9±5 vs 7±5 anos; p = 0,001); eram menos obesos (IMC = 29±6 vs 32±6 kg/m2; p = 0,001); e menos frequentemente tabagistas (49 vs 62% de tabagistas atuais ou prévios; p = 0,036). Conforme esperado, apresentavam maiores valores de PA sistólica (146 ±12 vs 139±21 mmHg; p = 0,008) e diastólica (91 ±10 vs 83±11 mmHg; p < 0,001) em comparação aos pacientes tratados. Não houve diferença de gênero (p = 0,785). A HAS oculta esteve associada à prevalência menor de diabetes (11 vs 36%; p < 0,001); insuficiência cardíaca (0 vs 7%; p = 0,019); doença coronariana (1 vs 8%; p = 0,046); arritmias (0 vs 8%; p = 0,014); e dislipidemia (15 vs 42%; p < 0,001). Houve menores valores do ACT no grupo com HAS oculta, denotando pior controle dos sintomas de asma (18±5 vs 20±5; p = 0,012). Na análise dicotômica, classificação dos sintomas como não controlados (ACT < 20, ou < 3 pontos em quaisquer das três primeiras perguntas) foi mais frequente no grupo com HAS oculta (63 vs 49%; p = 0,03). Um modelo de regressão logística, ajustado para as diferenças significativas na análise anterior, mostrou associação independente entre HAS oculta e pior controle sintomático da asma (ACT).

Conclusão: O subdiagnóstico de HAS em adultos asmáticos ocorre sobretudo em pacientes com menos comorbidades. Menor intensidade de assistência à saúde nesse subgrupo e/ou fragmentação excessiva (especialização) dos cuidados ofertados são explicações plausíveis para a associação de desfechos negativos relacionados à HAS e asma.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Parceria

Innovation Play

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

43º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

08 a 10 de junho de 2023