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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA EM PACIENTES COM SUPORTE DE OXIGENAÇÃO POR MEMBRANA EXTRACORPÓREA

Danilo dos Santos Gomes, Nemésia dos Santos Sousa, Henrique Mateus Fernandes
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - SP - BRASIL

Introdução: A Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO) é uma modalidade terapêutica que fornece suporte substitutivo e temporário durante a falência do coração e/ou pulmões, através de cânulas e um circuito extracorpóreo. Apesar dos grandes avanços e por se tratar de um dispositivo invasivo, a ECMO não está isenta de complicações, tanto técnicas como clínicas, incluindo o desenvolvimento de Infecção da Corrente Sanguínea (ICS). A identificação da ICS durante o suporte com ECMO pode ser difícil, já que a apresentação clínica não é típica, nem sempre apresentando febre e com leucocitose inerente à terapia, necessitando de uma avaliação mais ampla e específica. O objetivo do estudo foi caracterizar o perfil clínico e infeccioso de pacientes que utilizaram a ECMO e desenvolveram ICS. Método: estudo observacional, retrospectivo, transversal, descritivo e quantitativo realizado em Unidades de Terapia Intensiva de um hospital filantrópico de grande porte no município de São Paulo, através de prontuários dos pacientes que utilizaram a ECMO no período de março de 2016 a dezembro de 2021. Foram levantadas variáveis clínicas e laboratoriais associados ao uso do dispositivo e desenvolvimento de ICS e analisados com estatística descritiva. Resultados: Compuseram a amostra do estudo 103 pacientes, sendo 80,6% do sexo masculino, com idade média de 56,9 anos. Os principais diagnósticos iniciais foram síndrome respiratória aguda grave relacionada à COVID-19 (68%), pós operatório cardíaco (10,7%) e choque cardiogênico (9,7%). Destes, 18,4% dos pacientes desenvolveram ICS, onde 89,7% eram do sexo masculino, com idade média de 58,2 anos e apresentavam comorbidades como hipertensão arterial (47,4%), obesidade (31,6%), diabetes (26,3%) e dislipidemia (26,3%). A modalidade venovenosa (ECMO-VV) foi a mais utilizada (84,2%), com média de 22,6 dias em suporte. Os principais agentes infecciosos identificados foram, Staphylococcus Epidermis, Klebsiella Pneumoniae e Enterococcus Faecium. O tratamento das ICS foi realizado principalmente com Meropenem, Vancomicina e Ceftazidima + Avibactam. A mortalidade nos pacientes com ICS foi de 73,7%, com maior tendência de óbitos neste grupo (p = 0,08). Conclusão: O reconhecimento e a vigilância de infecção em pacientes durante a terapia são de suma importância, tendo impacto nos desfechos clínicos, sendo necessário uma equipe capacitada e especializada visando garantir o sucesso do suporte, reconhecendo os fatores agravantes para o desenvolvimento de ICS, realizando o diagnóstico e início do tratamento precoce dessas infecções.

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