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DOBUTAMINA: EXPERIÊNCIA DE EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS NO CONTROLE SINTOMÁTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA TERMINAL

Passos, L. K. B., Machado, F. S., Rocha, J. A. , Carvalho, R. T. , Santi, D. B.
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A fase terminal da insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida (ICFER) é uma condição clínica de alta mortalidade e sintomas de difícil manejo, principalmente os associados ao baixo débito cardíaco, apresentando elevada demanda para cuidados paliativos (CP). Medicações inotrópicas, como a dobutamina, são utilizadas na tentativa de aliviá-los em pacientes não candidatos a transplantes ou demais terapêuticas modificadoras de doença. Métodos: Estudo prospectivo, descritivo e observacional, realizado com pacientes portadores de ICFER terminal descompensada em uso de dobutamina, internados entre julho e novembro de 2022 em enfermaria especializada em CP de um hospital universitário quaternário. Registrou-se a titulação de dose de dobutamina, sintomas associados, percepção de melhora e necessidade de estratégias auxiliares de manejo sintomático. O seguimento foi de 90 dias. Resultados: A amostra foi composta por 12 pacientes, sendo 66,7% do sexo masculino e 83,3% com idade entre 60 e 80 anos. Os sintomas mais prevalentes que motivaram o aumento da dobutamina foram: sonolência, náuseas, dispneia, fadiga e mal-estar. A mediana do tempo de internação na enfermaria de CP foi de 13 dias (IIQ5,8 - 33,5). Foram 49 eventos de titulação de dose de dobutamina, dos quais 24,5% foram aumento de dobutamina motivados por sintomas de baixo débito e 71,4% corresponderam a redução de dose de dobutamina. Notou-se melhora sintomática em 50% dos aumentos motivados por sintomas. Em 33,3% destes houve necessidade de alguma estratégia adjuvante para manejo sintomático. Quando foi tentado redução de dose de dobutamina, 20% apresentaram piora dos sintomas após a redução. Dez pacientes faleceram na internação. Destes, 90% faleceram em uso de dobutamina. No desfecho, a mediana das doses de dobutamina foi de 7,3 mcg/kg/min (IIQ 3,5-10,4). Em 60% dos óbitos houve necessidade de sedação paliativa, por refratariedade das tentativas de manejo sintomático. A mortalidade em 90 dias foi de 100%. Conclusão: Pacientes com ICFER apresentam muitos sintomas no fim de vida, de difícil manejo clínico, mesmo quando realizado por especialistas em CP. A dobutamina parece ser uma medicação com potencial para o alívio de sintomas de baixo débito, porém requer a utilização de demais estratégias para promoção de conforto ao final da vida. Há necessidade de estudos subsequentes com maior amostragem a fim de analisar a efetividade e os riscos associados ao uso desta medicação neste cenário. Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca; Dobutamina; Cuidados Paliativos

 

 

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