INTRODUÇÃO: Em clínicas de alta rotatividade e preconizado a utilização de um instrumento de triagem de risco nutricional, esses instrumentos apresentam forte acurácia na sinalização de pacientes que terão maior necessidade e benefícios de uma terapia nutricional. Além disso, para compreender o estado nutricional (EN) do paciente, é importante a associação de diversos parâmetros, como antropometria, composição corporal, parâmetros bioquímicos e consumo alimentar. OBJETIVO: Caracterizar o risco e estado nutricional de pacientes admitidos em unidade de pronto socorro, de hospital de cardiologia do sistema único de saúde. METODOLOGIA: Estudo com delineamento transversal, retrospectivo, realizado no período janeiro de 2016 à maio de 2022, referente à pacientes internados em hospital público especializado em cardiologia, de ambos os gêneros e faixa etária. A identificação da amostra foi realizada através da “Planilha de Indicadores de Qualidade do Serviço de Nutrição ”. As variáveis estudadas foram risco nutricional, índice de massa corporal (IMC) e presença de terapia nutricional. Para estratificação de risco foi utilizado o modelo Nutrition Risk Screening . Para diagnóstico nutricional foi considerado o IMC, para adultos Organização Mundial da Saúde e para idosos, da Organização Pan-Americana de Saúde . Foi considerada terapia nutricional os pacientes que receberam suplementação completa, via oral, específica. Considerou-se para classificação do estado nutricional (EN): desnutrição (baixo peso e desnutrição grau I, II e III), Eutrofia (eutrofia e peso normal), Sobrepeso e Obesidade (obesidade e obesidade grau I, II e III). RESULTADOS: A amostra foi composta por 17248 pacientes entre 18 e 102 anos com média de idade de 62 anos (DP ± 17,57). Foi identificado que 54% dos pacientes apresentaram risco nutricional e mesmo sendo uma unidade em que os pacientes têm baixo tempo de permanência, ainda conseguimos ofertar terapia nutricional para 59% dos pacientes com risco logo após a realização da triagem nutricional que ocorre em até 72 horas após a admissão. A prevalência do estado nutricional segundo IMC para desnutrição foi de 15,6%, para eutrofia foi de 39%, sobrepeso, 19,8% e, obesidade, 25,6 % respectivamente. CONCLUSÃO: Mesmo que a maior parte dos pacientes admitidos na unidade apresentem diagnóstico nutricional de sobrepeso e obesidade, a prevalência de risco nutricional é alta desta forma esses pacientes devem permanecer em monitoramento constante, pois estão sujeitos ao desenvolvimento de desnutrição hospitalar.