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Escore de Risco para Sangramento Pós-Operatório Clinicamente Relevante em Cirurgia de Revascularização Miocárdica

Rayra Pureza Teixeira Barbosa, Vivian Lerner Amato, Lucas Petri Damiani, Gustavo Bernardes de Figueiredo Oliveira
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: O sangramento cirúrgico é uma complicação comum no pós-operatório (PO) em cirurgia de revascularização miocárdica (RM) e, quando significante, aumenta mortalidade. Os estudos apresentam grande variabilidade quanto à definição de sangramento maior (clinicamente relevante) no PO, fatores de risco e prognóstico. O presente estudo objetivou identificar preditores independentes para sangramento maior após RM, avaliar seu impacto em mortalidade precoce e elaborar escore de risco para sangramento maior. Métodos: Coorte retrospectiva, baseada em banco de dados com inclusão prospectiva, em hospital cardiológico quaternário. Foram incluídos 9826 pacientes submetidos à RM isolada entre 1999 e 2017; 80% para derivação e 20% para validação do escore. Curvas ROC para o modelo logístico e simplificado foram apresentadas. Modelos de regressão logística foram construídos para estimar o impacto do sangramento maior no risco de morte. Definimos sangramento maior como drenagem torácica total acima de 2 L ou que indicou revisão de hemostasia. Resultados: Os preditores independentes para sangramento maior em PO de RM foram sexo masculino, idade elevada, menor índice de massa corpórea, disfunção renal prévia, antecedente de AVC, tempo de anóxia elevado. Pacientes com sangramento maior apresentaram 5,84 vezes mais chance de óbito quando comparados com pacientes sem sangramento [20.9% vs. 4.2%, OR 5,84 (IC95% 4,01-8,49), p<0,001] no modelo ajustado para idade, sexo, hipertensão, AVC prévio, disfunção renal, doença arterial periférica, extensão da DAC e tempo de CEC. Foram criados escores de risco com variáveis pré-operatórias (tabela 1) e com variáveis pré e intra-operatórias (tabela 2). Observou-se que não houve diferença significativa entre a AUC dos dois modelos, possibilitando a utilização do modelo pré-operatório antes da cirurgia, viabilizando a realização de medidas para evitar sangramento maior no PO.  Conclusões: Em coorte brasileira submetida à RM isolada, os fatores de risco independentemente relacionados ao sangramento PO incluíram variáveis pré- e intra-operatórias de relevância clínica, e foram associados a maior mortalidade hospitalar. Pacientes com sangramento maior apresentaram risco elevado de óbito quando comparados a pacientes sem sangramento. Os escores de risco de sangramento construídos discriminaram gradientes de risco de 10-15 vezes entre o de menor risco e o de maior risco.

 

Tabela 1: Escore de Risco Pré-Cirúrgico

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