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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Choque elétrico deflagrando choque pelo CDI

Renata Muller Couto, Fernando Piza Souza Cannavan, Natalia Miatelo Gimenez Ferreira, Marcio Jansen de Oliveira Figueiredo, Lenny Gabriela Giese Urresti, Marcelo Vial Felix de Sousa, Artur Vilaça Carmona, Ariane Zonho Wogel, Maicon Felipe Ribeiro da Cruz, Silvério Albano Fernandes Júnior
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas - Campinas - SP - Brasil

Introdução: Existem muitos casos relatados de interferência eletromagnética mimetizando sinais cardíacos detectados por dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis, como marcapassos e cardiodesfibriladores implantáveis (CDI), podendo, raramente, gerar choques inapropriados de CDI. Apresentamos um caso no qual um paciente recebeu dois choques consecutivos, em que um choque elétrico externo estimulou uma detecção falsa de fibrilação ventricular (FV), resultando num choque pelo CDI.
Relato: Paciente de 79 anos, portador de CDI bicameral desde 2012 por cardiomiopatia chagásica com aneurisma de ponta de VE, estava trabalhando com eletricidade em ambiente com o piso molhado quando foi atingido por corrente elétrica externa, com relato de percepção de “choque elétrico”, seguido de um choque gerado pelo CDI. Após avaliação eletrônica do dispositivo, foi verificado que a corrente elétrica externa gerou ruído que mimetizou FV, culminando com choque inapropriado pelo CDI. O traçado abaixo, obtido pela interrogação do dispositivo por telemetria, demonstra o artefato gerado pela corrente alternada, detectada pelos canais atrial e ventricular, no exato momento em que o paciente sentia um choque externo, culminando em interpretação de FV e em um choque de 20 J pelo dispositivo. Discussão: A maioria dos CDIs é programada para detectar frequências cardíacas com ciclos menores que 300ms. O ruído gerado por sinal externo, como a corrente elétrica alternada de 50 a 60 Hz, é uma possível causa de detecção e choques inadvertidos do CDI, pois podem ser interpretados pelo dispositivo como arritmias ventriculares. Choques inapropriados do CDI gerados por corrente alternada são incomuns, mas fornecem risco elevado aos pacientes portadores dos dispositivos, devendo serem evitados. O paciente em questão foi submetido a dois choques: um externo por corrente elétrica, e outro pelo CDI em sequência. Para evitar este tipo de intercorrência, os pacientes portadores de dispositivos devem ser orientados quantos aos riscos, e principalmente, para o uso de equipamento de proteção pessoal sempre quando forem lidar com eletricidade.

 

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