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Hemorragia Pulmonar Grave Secundária à Pneumonite Aguda por Amiodarona em Pós-Operatório de Revascularização Miocárdica

Lara do Norte Garcia , Ali Ibrahim Yassine , Bernardo May Gomel , Fábio Antônio Gaiotto , Telma Antunes, João Carlos de Campos Guerra , Antônio Carlos Bacelar Nunes Filho, Marcelo Franken, Marcelo Bettega
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - São Paulo - Brasil

Introdução: Amiodarona é usual droga antiarrítmica classe III, com potencial toxicidade pulmonar em 15% dos pacientes. Destes, um terço tem apresentação aguda de intoxicação, provocando síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e maior mortalidade no pós-operatório (PO) de cirurgias cardiotorácicas. Relato de caso: Homem, 75 anos, hipertenso, dislipidêmico, portador de flutter atrial recente associado à doença coronariana de padrão triarterial. Submetido em setembro de 2022 à revascularização miocárdica (pontes entre artéria torácica interna esquerda e coronária descendente anterior; veia safena e ramos diagonal e marginal esquerdo sequenciais; veia safena e ramo descendente posterior), ablação cirúrgica de circuito arritmogênico e exclusão de aurículas direita e esquerda, sem intercorrências. No primeiro dia PO, houve recorrência de fibrilação atrial de alta resposta ventricular, necessitando de doses endovenosas de ataque e manutenção de Amiodarona. Após piora respiratória progressiva, derrame pleural à direita e necessidade de toracocentese, no sétimo dia PO apresentou hipoxemia, edema pulmonar e hemoptise com coágulos, provocando anemia sintomática e necessidade transfusional. Procedida intubação orotraqueal e broncoscopia, evidenciando coágulo obstrutivo em brônquio fonte esquerdo e realizada retirada endoscópica. Análise de lavado broncoalveolar (LBA) afastou infecções e proteinose alveolar. Através de avaliação hematológica especializada, tromboelastograma e dosagem de Fator de Von Willebrand, afastadas coagulopatia ou malignidade. Como diagnóstico de exclusão, feita hipótese de lesão pulmonar aguda induzida por Amiodarona (LPAA) e iniciada Metilprednisolona 60mg/dia, com resposta clinico-radiológica satisfatórias. Discussão: LPAA envolve reação imunológica de linfócitos CD8 no LBA e injúria citotóxica direta por radicais livres. Ambos são potencializados pelo dano pulmonar inflamatório causado por cirurgias cardiotorácicas, devido à ventilação mecânica com elevadas concentrações de oxigênio, exposição a infecções e congestão. Clinicamente, ocorrem febre, hipoxemia e infiltrado pulmonar bilateral refratário, após exposição a altas doses de Amiodarona. O LBA negativo permite exclusão de infecções e início terapêutico com corticoterapia 0,5-1mg/kg/dia. Conclusão: LPAA é condição grave no PO de cirurgias cardíacas, mimetizando condições infecciosas e congestivas. Seu diagnóstico é de exclusão e deve ser aventado em pacientes idosos com exposição recente a altas doses de Amiodarona, visando suspensão imediata da mesma e início de tratamento efetivo.

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