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Insuficiência renal crônica é o mais importante preditor de morte em mulheres e homens com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida em ritmo sinusal em uso de carvedilol.

Antonio de Padua Mansur, Pereira-Barretto AC, Del Carlo CH, Gonçalinho GH, Avakian SD, Ianni BM, Fernandes F, Ribeiro LC, César LAM, Bocchi EA
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: A doença renal crônica (DRC) é uma comorbidade frequente em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) e a incidência aumenta com a piora da função sistólica. A DRC é uma comorbidade de risco importante para mortalidade nesses pacientes. Outras comorbidades, tais como o diabetes mellitus (DM), o infarto do miocárdio (IM) e acidente vascular cerebral (AVC) prévios, são também preditores de morte.  Porém, discute-se qual o preditor de morte é mais importante em mulheres e homens com ICFEr.

Métodos: De fevereiro de 2017 a janeiro de 2022, analisamos a mortalidade e os preditores de morte por todas as causas em mulheres e homens com ICFEr em ritmo sinusal em uso de carvedilol. Os dados basais incluíram características clínicas e achados ecocardiográficos. As comorbidades analisadas foram IM, DM, DRC, e AVC prévio. Utilizou-se o método de Kaplan-Meier (K-M) e os métodos de riscos proporcionais de Cox para análise das taxas de mortalidade. Os preditores de morte foram obtidos pelo chi-quadrado escore (CQS) da regressão de Cox.

Resultados: Analisamos 1.924 pacientes, média de idade de 61.2 ± 13,8 anos, 1241 (64.5%) homens. A idade, IMC, frequência cardíaca (FC) inicial, dosagem de carvedilol, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) inicial e prevalência de IM, DM, DRC e AVC foram semelhantes em ambos os gêneros. Ao longo do período de seguimento de 8,58±4,19 anos, observou-se aumento da FEVE (p<0,001) e redução do volume diastólico do ventrículo esquerdo (DDVE). A FC não se modificou, mas a mortalidade foi maior nos homens (32,9% vs. 14,7%; p<0,001). A incidência cumulativa de óbito (K-M: log-rank) foi maior nos homens com IM (p=0,002), DM (p<0,001), DRC (p<0,001) e AVC (p=0,004). A regressão de Cox para óbito, ajustado para idade, gênero, FEVE inicial, dose de carvedilol, FC, IMC, IM, DM, DRC e AVC, mostrou, em ordem decrescente de importância, a DRC (CQS=230; p<0,001), DM (CQS=73; p<0,001), AVC (CQS=54; p<0,001), homens (CQS=21; p<0,001), FEVE (CQS=16; p<0,001), dose de carvedilol (CQS=13; p<0,001), idade (CQS=11; p=0,001) e IM (CQS=9; p=0,003) como variáveis independentes para morte. Nos homens, a DRC (CQS=186; p<0,001), DM (CQS=56; p<0,001), AVC (CQS=26; p<0,001), dose de carvedilol (CQS=17,3; p<0,001), FEVE (CQS=17; p=0,002), idade (CQS=11; p=0,024) e IM (CQS=5; p=0,024) e na mulheres, a DRC (CQS=54; p<0,001), AVC (CQS=26; p<0,001), DM (CQS=24; p<0,001) e idade (CQS=7; p=0,007) foram variáveis independentes para morte.

Conclusão: A DRC foi a maior preditora de morte nas mulheres e homens.

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