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BNP para diagnóstico de disfunção ventricular esquerda em pacientes portadores de insuficiência aórtica crônica importante

Daniella Cian Nazzetta, Vitor Emer Egypto Rosa, Fernanda Castiglioni Tessari, Mariana Pezzute Lopes , Luciana Dornfeld Bichuette, Marcos Pita Lottenberg, Pamela Cavalcante, João Ricardo Cordeiro Fernandes, Roney Orismar Sampaio, Flávio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O peptídeo natriurético tipo B (BNP) é uma ferramenta ainda pouco estudada em pacientes valvopatas, porém aparenta correlacionar-se com dados clínicos e de ecocardiograma, além de discutível valor prognóstico nesse contexto. O objetivo do presente estudo foi avaliar o uso do BNP como preditor de disfunção ventricular esquerda em pacientes portadores de insuficiência aórtica (IAo) crônica importante.

Métodos: Estudo unicêntrico, retrospectivo, a partir da análise de prontuário de 145 pacientes portadores de IAo crônica importante. Todos os pacientes realizaram ecocardiograma e dosagem de BNP, com intervalo máximo de 1 ano entre os exames. Foram excluídos pacientes previamente submetidos à cirurgia valvar, com disfunção valvar aguda, endocardite ativa e outra valvopatia primária anatomicamente importante. Utilizamos o Youden Index para encontrar o melhor valor de corte para o BNP e comparamos os dois grupos.

Resultados: A mediana de idade foi de 62 (58 - 64) anos e 79,2% dos indivíduos eram do sexo masculino. Os pacientes foram divididos em dois grupos: BNP menor (n = 89) e maior que 345 pg/ml (n = 56). Na comparação entre os grupos BNP < 345 pg/ml e BNP > 345 pg/ml, não encontramos diferença estatística em relação à idade (58 [47 – 68] vs. 63 [54 - 72] anos, p=0,068). No grupo de pacientes com BNP > 345 pg/ml, a prevalência de comorbidades foi maior para hipertensão, doença renal crônica, doença arterial coronariana, fibrilação atrial e diabetes mellitus. Encontramos diferença entre os grupos BNP < 345 pg/ml e BNP > 345 pg/ml nas seguintes variáveis: clearance de creatinina (72,5 [58,1 – 93] vs. 62,8 [47,2 – 85] mL/min/1,73m2, p=0,036], diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (VE) (64 [60 – 71] vs. 71 [66 – 78] mm, p<0,001), diâmetro sistólico do VE (45 [40 – 50] vs. 53 [47 – 64] mm, p<0,001), volume diastólico do VE (212,5 [180 - 269,2] vs. 274 [231 - 343,2] ml, p<0,001), volume sistólico do VE (88 [70 - 119,5] vs. 150,5 [102 – 230] ml, p<0,001), FEVE (59 [51 – 64] vs. 43,5 [30,2 – 57] %, p < 0,001) e PSAP (29,5 [24 - 37,7] vs. 52 [45 – 66] mmHg, p<0,001). A área sob a curva ROC do BNP para identificar FEVE < 50% encontra-se na Figura 1. O BNP > 345 pg/ml demonstrou capacidade preditiva para FEVE < 50% (OR: 5,54; 95% C.I 3,08 - 13,8, p<0,001).

Conclusão: O BNP demonstrou ser útil para diagnóstico de disfunção ventricular em pacientes com IAo importante e o valor de corte de BNP > 345 pg/ml demonstrou capacidade preditiva adequada para tal alteração.

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