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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva Covid: Perspectivas do Paciente e da Família

Gareau S, Gallani MCBJ, Vonarx N, Giguère JF, Martin P, Couture V, Tapp D, Simon M, Thibault N, Oliveira E
Universidade de Laval - Cidade de Quebec - QB - Canadá

Introdução: Pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) no contexto da COVID-19 estão expostos a mais procedimentos invasivos, maior tempo e complexidade de ventilação mecânica e imobilização prolongada, resultando em maiores taxas de delírio, dor, medo e percepção de isolamento. Objetivo: Obter uma compreensão mais aprofundada da experiência dos pacientes e dos familiares sobre a hospitalização na UTI Método: Estudo de desenho qualitativo, com abordagem fenomenológica, tendo como quadro referencial a Teoria dos cuidados humanos. Foram participantes do estudo pacientes e familiares, num período de 3 a 12 meses após hospitalização devido à insuficiência respiratória relacionada à infecçao COVID-19 em uma UTI de um hospital universitário especializado na cidade de Québec, Canada. A amostra foi constituida de 5 pacientes submetidos à ventilação mecânica >= 2 dias, 5 pacientes não submetidos à ventilaçao mecânica, 5 familiares de pacientes sobreviventes e 5 familiares de pacientes falecidos. As entrevistas foram realizadas individalmente com emprego de um guia semi-estruturado, gravadas e posteriormente transcritas. Os dados foram submetidos a análise qualitativa iterativa. Dados de 8 entrevistas extraídos por método empírico com uso do software NVivo geraram uma árvore temática principal baseada no quadro teórico. Resultados: Constatou-se que o sofrimento experdimentado pelos pacientes e famílias não foi circonscrito à gravidade clínica nem ao uso de ventilação mecânica. Os pacientes se sentiam isolados dos seus entes queridos e relataram angústia relacionada à dor física e à perda de capacidade e de privacidade. A sobrecarga dos profissionais de saúde foi associada a uma precupação com a execução de tarefas e pouca disponíbilidade para  cuidados de perspectiva humanista. O distanciamento dos profissionais contribuiu para agravar o sofrimento dos pacientes. Os familiares dos pacientes não sobreviventes expressaram um grande sofrimento sobretudo pela impossibilidade de contato durante os últimos momentos. A imprevisibilidade de notícias da equipe de saúde sobre o paciente  contribuiu significativamente para a angústia dos familiares que fizeram recomendações para um maior apoio psicológico aos pacientes e práticas de cuidados mais humanos. Alguns pacientes e familiares expressaram um sofrimento significativo que persistiu durante vários meses após a alta da UTI. Conclusão: A pandemia COVID-19 foi um grande revés na humanização dos cuidados prestados aos doentes e suas famílias na UTI.

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