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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Efeito do consumo da dieta cetogênica na modulação do regulador antioxidante master Nrf2 em pacientes com epilepsia refratária.

Glaucivan Gomes Gurgel, Ribanna Aparecida Marques Braga, Júlia Galbiati de Souza, Fernanda Marques Rodrigues, Amanda Nascimento Superti, Nágila Raquel Teixeira Damasceno
Faculdade de Saúde Pública da USP - São Paulo - SP - Brasil, FMUSP - São Paulo - SP - Brasil, OUTROS - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A dieta cetogênica (DC) é um tratamento adjuvante das epilepsias refratárias aos fármacos antiepilépticos com eficácia clínica comprovada. Apesar de seus benefícios clínicos, ela promove diversos efeitos adversos associados a maior inflamação e estresse oxidativo, possivelmente por meio da modulação negativa do regulador antioxidante master Nrf2. Objetivo: Avaliar o impacto da qualidade dos ácidos graxos presentes na DC sobre a concentração de Nrf2 em pacientes com epilepsia refratária. Método: Trata-se de um ensaio clínico controlado, aberto e não paralelo realizado com 53 pacientes pediátricos diagnosticados com epilepsia refratária e indicação para tratamento com DC acompanhados no Instituto da Criança (ICr/FMUSP) em 3 momentos: basal, após 3 meses de DC e após 6 meses de DC. Os pacientes foram estratificados em: DC Clássica (DCC) – rica em gorduras saturadas e DC Modificada (DCM) - rica em gorduras mono e poli-insaturadas. Após ampla caracterização clínica dos pacientes e coleta de sangue após jejum de 12h foram analisados o colesterol total e o estresse oxidativo (TBARS) e antioxidante (Nrf2). Resultados: Os grupos apresentaram médias de idade de: DCC (n=26; 6,5±4,3 anos) e DCM (n=27; 5,2±3,4 anos). Ambas as DCs promoveram controle eficaz das crises convulsivas, reduzindo em mais de 50% a ocorrência das crises. A DCC induziu dislipidemia associada à maior elevação do colesterol total (Tfinal=229±81 mg/dL), em relação à DCM (Tfinal=186±60 mg/dL), após 6 meses de tratamento (p=0,047). Não houve diferença na quantidade de TBARS entre os grupos em nenhum dos tempos analisados. A concentração de Nrf2 no grupo DCC apresentou redução significativa ao longo do tempo, variando de 2,59±0,67ng/mL no início do experimento, para 2,03±0,64ng/mL após 6 meses de tratamento (p=0,020). No mesmo período pode-se verificar um perfil oposto no grupo DCM, no qual o valor variou positivamente de 1,56±0,37ng/mL para 2,0±1,05ng/mL (p=0,038). Conclusão: A DCC modula negativamente o Nrf2 e a dislipidemia em crianças e adolescentes com epilepsia refratária, sugerindo menor proteção antioxidante e maior risco cardiovascular neste grupo de pacientes.

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