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Influência do acidente vascular prévio na mortalidade por todas as causas em mulheres e homens com insuficiência cardíaca congestiva

Antonio de Padua Mansur, Antonio C. Pereira-Barretto, Carlos H. del Carlo, Marcelo Calderaro, Naomi K. Nakagawa, Gustavo H. F. Gonçalinho, Solange D. Avakian, Lucas C. Ribeiro, Luiz A. M. César, Edmar A. Bocchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: O acidente vascular cerebral (AVC) é uma comorbidade frequente em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). A incidência do AVC aumenta com a idade, com a piora da função sistólica, e está associado com maior risco de morte nos pacientes com IC. A mortalidade por IC é menor nas mulheres comparadas aos homens, porém, pouco se sabe da influência do AVC prévio no prognóstico da IC nas mulheres.

Métodos: De fevereiro de 2017 a janeiro de 2022, analisamos a mortalidade e os preditores de morte por todas as causas em mulheres e homens com IC. Os dados basais incluíram características clínicas e achados ecocardiográficos. As comorbidades analisadas foram AVC prévio, infarto do miocárdio (IM) prévio, diabetes mellitus (DM), fibrilação atrial (FA) e doença renal crônica (DRC). Utilizou-se o método de Kaplan-Meier (K-M) e os métodos de riscos proporcionais de Cox para análise das taxas de mortalidade. Os preditores de morte foram obtidos pelo chi-quadrado escore da regressão de Cox.

Resultados: Analisamos 11.282 pacientes, média de idade de 63.9 ± 14,4 anos, 6.256 (55.4%) homens. Os pacientes com AVC prévio eram mais idosos (66,1±13,7 vs. 63,8±14,4 anos; p<0,0001), tinham menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) inicial (44,4±16,4% vs. 46,3±16%; p=0,009), e maior DDVE inicial (58,5±10,4 vs. 57,2±9,6 mm; p=0,010). A prevalência de miocardiopatia (MCP) isquêmica (p=0,010) e de IM prévio (p=0,020) foi maior nos homens e a MCP hipertensiva (p=0,029) e valvar (p=0,025) foi maior nas mulheres. A prevalência de IC com fração de ejeção reduzida foi maior nos homens (p<0,001) e com fração ejeção preservada foi maior nas mulheres (p<0,001). A incidência cumulativa de óbito (K-M: log-rank p<0,0001) foi maior nas mulheres com AVC comparadas aos homens (Figura). A regressão de Cox para óbito, ajustado para idade, gênero, FEVE inicial, MCP isquêmica, MCP idiopática, MCP hipertensiva, MCP valvar IM, DM, DRC, AF, AVC, FEVE inicial, mostrou, em ordem decrescente de importância, a DRC (p<0,001), AVC (p<0,001), DM (p<0,001), AF (p<0,001), FEVE (p<0,001); idade (p<0,001), MCP valvar (p<0,001), IM (p<0,001) e MCP hipertensiva (p<0,001) como variáveis independentes para morte na população total. Para os pacientes com IC e AVC prévio, a DRC (p<0,001), MCP valvar (p=0,001), DM (p=0,001), FEVE (p=0,004), idade (p=0,005) e gênero (p=0,040) foram as variáveis independentes para morte.

Conclusão: O gênero feminino foi uma variável independente para todas as causas de morte nos pacientes com IC e AVC prévio.

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