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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

ASSOCIAÇÃO ENTRE DESMINERALIZAÇÃO ÓSSEA E O AUMENTO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM INDIVÍDUOS VIVENDO COM HIV/AIDS

SOARES, L. T. C., RODRIGUES, E. S. M., LIBONATI, R. M. F., CASTRO, A. P., OHASHI, B. M., MORAES, W. J. L.
Universidade Federal do Pará - Belém - Pará - Brasil, Hospital Jean Bitar - Belém - Pará - Brasil

Introdução: A osteoporose e as doenças cardiovasculares são enfermidades frequentes na população mundial, que compartilham fatores de risco e fisiopatologia, e exercem grande impacto na morbimortalidade e nos gastos públicos em saúde. Sabe-se que, nas pessoas vivendo com HIV/aids (PVHIV), as prevalências de eventos cardiovasculares e de osteopenia/osteoporose são, respectivamente, 1,5-2 vezes e 2-3 vezes maiores quando comparadas ao resto da população. Posto isto, este estudo objetivou avaliar a associação entre a redução da densidade mineral óssea (DMO) e o aumento do risco cardiovascular (RCV) em pessoas vivendo com HIV/aids em uso da terapia antirretroviral. Métodos: Trata-se de um estudo transversal analítico, com 82 indivíduos, que realizaram densitometria óssea por imagem de coluna lombar e colo femoral e contagem de células TCD4+. O RCV foi estimado em 10 anos pelo algoritmo da “Data-collection on adverse effects of anti-HIV drugs” reduzida específico para PVHIV. Os softwares Epi-Info (versão 7.2.4), Bioestat 5.3 e JAMOVI 1.6.23 foram utilizados para a análise de dados. Resultados: Constatou-se que o sexo masculino foi predominante (55,1%), e a faixa etária majoritária foi de 50 a 69 anos (58,55%). Foi observada alta prevalência de redução da DMO (62,2%, tendo predominado a osteoporose nas mulheres e a osteopenia nos homens) e alta prevalência de fatores de risco associados ao desenvolvimento desses agravos (idade, síndrome lipodistrófica, dislipidemia e diabetes). Além disso, nessa população, a maior prevalência foi de muito alto risco cardiovascular, predominando muito alto RCV em homens e moderado RCV em mulheres. Foi encontrada associação entre a redução da DMO e o RCV em ambos os sexos (p=0,0120), pontuando que as PVHIV desta pesquisa que tinham redução da massa óssea apresentaram 3,90 vezes mais chances de desenvolverem eventos cardiovasculares, devido à associação a alto e muito alto RCV, do que a população com DMO adequada. Ademais, foi constatado que a redução do T-score do colo femoral (p=0,0212) e da coluna lombar (p=0,0159) estava relacionada ao aumento do RCV. A regressão logística ordinal univariada demonstrou associação estatística significativa independente entre osteoporose e o RCV (p= 0,042). Conclusões: Há alta prevalência de redução da DMO, principalmente em mulheres, elevado RCV, principalmente em homens, e fatores de risco comuns entre osteoporose e doenças cardiovasculares nas PVHIV. Níveis mais baixos de DMO estão associados a maior RCV em PVHIV e podem predizer maior risco de morbimortalidade nesta população.

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