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Hipotensão ortostática está relacionada à aterosclerose carotídea em população com diabetes mellitus tipo 2

Ana Raquel Whitaker Filipe, Andrei Sposito, Joaquim Barreto
FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - - SP - BRASIL

Introdução. A hipotensão ortostática (HO) é um marcador de mau prognóstico no diabetes tipo 2 (DM2) e resulta, pelo menos parcialmente, de arteriosclerose, disfunção autonômica e glicotoxicidade; todas as características envolvidas também na aterosclerose. Por isso, o objetivo deste resumo é determinar se esta população tem um risco aumentado de aterosclerose carotídea.

 

Métodos. Esta foi uma análise transversal e predefinida do Brazilian Diabetes Study de coorte prospectiva e centro único de DM2. Após 3 minutos de repouso com os braços na altura do coração, os participantes tiveram a pressão arterial (PA) aferida 3 vezes com intervalo de 1 minuto entre cada aferição e foi considerada a média das 2 últimas. A PA ortostática foi então medida como a PA obtida após 1 minuto de pé. A HO foi definida como uma queda da PA sistólica ou diastólica ortostática > 20mmHg e > 10mmHg, respectivamente, quando comparada à PA sentada. Para a avaliação da espessura médio-intimal de carótida (c-IMT) e placas foram analisadas por meio da ultrassonografia fazendo medidas bilateralmente, na parede distal da artéria carótida comum, bulbo e na origem da artéria carótida interna, por um programa de detecção automática de borda. A c-IMT máxima foi feita de forma manual, obtendo a média entre 3 medidas. O mesmo método foi aplicado para os diâmetros intraluminais e adventícias. Foi utilizada regressão logística binária ajustada por idade para definir a relação entre a variável independente, c-IMT, e a ocorrência de HO.

 

Resultados. Neste estudo, 418 pacientes foram considerados. A c-IMT foi de 0,732mm, 49,7% tinham critério para espessamento médio-intimal e 35,2% apresentavam placa carotídea. Embora uma tendência à maior prevalência de HO tenha sido observada com maiores valores de c-IMT, esta relação não foi estatisticamente significativa. Para cada aumento de 1mm no valor de c-IMT, verificou-se risco relativo de 1,85 (95%IC: 0,38, 9,06; p= 0,448) de HO após ajuste por idade. Em análise de interação de regressão multivariada que utilizou c-IMT e HO como dependentes, demonstrou-se que houve interação no efeito da idade sobre c-IMT e HO (p= 0,001). Ou seja, a relação entre c-IMT e HO foi explicada, ao menos parcialmente, pelo efeito da idade sobre ambas as variáveis. 

 

Conclusão. A HO está relacionada, parcialmente, ao risco aumentado de doença aterosclerotica carotídea. Por esse motivo, o DM2 deve ser considerado na avaliação de risco cardiovascular, como também em valores de c-IMT.

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