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Influência da etnia na qualidade do tratamento e nos desfechos de pacientes com doença coronária estável: dados de um registro de uma instituição terciária no Brasil

Henrique Trombini Pinesi, Eduardo B Martins, Eduardo M Moreira, Fábio G Pitta, Cibele L Garzillo, Desiderio Favarato, Carlos Alexandre W Segre, Eduardo G Lima, Fabiana H Rached, Carlos Vicente Serrano Jr
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Compreender os determinantes sociais da saúde e sua influência em pacientes com cardiopatia isquêmica estável é muito importante em um sistema de saúde público. Os dados de morbidade e mortalidade de longo prazo em pacientes com doença coronária estável de diferentes etnias são conflitantes. Dados epidemiológicos no Brasil mostraram que a população branca concentra a maior parte da renda do país e tem mais acesso ao sistema de saúde. 

Objetivo: Avaliar a influência da etnia na taxa de eventos cardiovasculares e na qualidade do tratemento de pacientes com doença coronária estável em um centro público terciário de saúde no Brasil.

Métodos: Pacientes com doença coronária estável, caracterizada como procedimento de revascularização prévia (cirúrgico ou percutâneo), infarto do miocárdio prévio ou estenose > 50% em pelo menos uma artéria coronária epicárdica que se apresentaram para uma avaliação clínica foram incluídos e acompanhados por pelo menos 3 anos. Os pacientes foram divididos em duas categorias étnicas: brancos vs não-brancos. O desfecho primário foi a combinação de morte, infarto do miocárdio não-fatal ou AVC não-fatal. Também foi avaliada a prescrição, sintomas e dados laboratoriais.

Resultados: Nesta amostra, foram incluídos 688 pacientes com média de idade de 65 (±9,4) anos, 84,9% brancos e 30,5% mulheres. Diabetes foi prevalente em 50,7% e hipertensão arterial em 87,1%. Em um acompanhamento médio de 3 anos, foram registrados 117 eventos do desfecho primário composto. Não houve diferença no desfecho primário composto entre as duas categorias, apesar de uma tendência de eventos mais altos na população não branca: 16,4% na categoria branca versus 20,2% na categoria não branca (p=0,228 - HR 1,336, CI 95%: 0,833-2,141). Idade (1,08, IC 95% 1,052-1,109), função ventricular esquerda (0,968, IC 95% 0,951-0,987) e níveis de LDL colesterol (1,009, IC 95% 1,003-1,015) foram os principais fatores prognósticos na análise multivariada. Não houve diferença nas comorbidades, controle dos fatores de risco, controle da angina ou prescrição de antitrombóticos ou estatinas entre as duas categorias.

Conclusão: Neste estudo, envolvendo pacientes com doença coronária estável de um centro público terciário de saúde, a etnia não foi associada a comorbidades, controle da angina, prescrição de medicamentos ou incidência de eventos cardiovasculares em um seguimento médio de 3 anos.

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