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Estratificação de Risco Individual e Desfechos Clínicos da Síndrome Coronariana Aguda em Pacientes com Câncer: Perspectivas do Registro Brasileiro de Síndrome Coronariana Aguda em Pacientes Oncológicos (Registro BRAvAdO)

Carlos M. Campos, Isabela B. Costa , Carlos Branco , Fabio Sandoli Brito Jr, Roger Godinho , Antonieta Medeiros , Rodrigo Noronha , Alexandre Abizaid, Roberto Kalil Jr , Ludhmilla Hajjar
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de mortalidade em todo o mundo. Há cada vez mais evidências científicas sugerindo que o câncer e a doença arterial coronariana (DAC) não são entidades independentes, mas podem estar conectados por meio de fatores de risco compartilhados e mecanismos patológicos. Embora o câncer seja uma entidade frequente e as taxas de sobrevivência tenham aumentado dramaticamente nas últimas duas décadas, os pacientes com câncer são frequentemente excluídos de ensaios clínicos. Assim, a literatura carece de características clínicas individuais e estratificação de risco para a síndrome coronariana aguda (SCA) nessa população. O objetivo do presente trabalho é descrever as características clínicas, a estratificação de risco individual de acordo com o status do câncer e os desfechos clínicos de pacientes com câncer apresentando SCA em um registro prospectivo nacional. Métodos: O Registro BRAvAdO é um registro prospectivo multicêntrico e nacional de síndrome coronariana aguda (SCA) em pacientes com câncer. A população do estudo consistiu em pacientes com câncer apresentando SCA, e o objetivo principal foi descrever as características clínicas, a estratificação de risco e os desfechos intra-hospitalares desse grupo. Os dados foram coletados usando um formulário de relato de casos (FRC) padronizado que capturava dados individuais de cada paciente. Considerações éticas foram levadas em consideração durante todo o estudo, e o protocolo de pesquisa foi revisado e aprovado pelos comitês de ética institucionais apropriados. Resultados: Um total de 505 pacientes foram incluídos. A idade média foi de 70,6±10,2 anos, 65,5% eram do sexo masculino, 42% tinham diabetes e 12,9% insuficiência cardíaca. Os principais tipos de câncer foram geniturinário (29,1%), gastrointestinal (22,6%) e hematológico (11,5%). O escore médio de KPS foi de 81,3±17,5 e o escore GRACE foi de 128,2±35,8. No entanto, o tipo e estágio do câncer afetaram significativamente a classificação de risco (Figura 1). Doença arterial coronariana multiarterial estava presente em 45,8%. O infarto sem doença arterial coronariana obstrutiva estava relacionado a um KPS significativamente mais baixo (Figura 1). O óbito por qualquer causa ocorreu em 8,5%, acidente vascular cerebral em 0,4%, sangramento grave em 9,5% e lesão renal aguda em 16,4%. Conclusões: O presente estudo é a primeira coleta de dados prospectiva dedicada à SCA em pacientes com câncer no Brasil. Nossos resultados sugerem que o tipo e o estágio do câncer desempenham um papel significativo na determinação da classificação de risco da SCA nessa população de pacientes.

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