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Elegibilidade para Terapia Farmacológica em Pacientes Idosos com Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção Reduzida ou Levemente Reduzida

Caio de A M Tavares, Ana Carolina D Grisotto, Marlon J R Aliberti, Marcelo E Ochiai, Érica Boteon, Felippe Lazar-Neto, Wilson Jacob-Filho
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: O tratamento farmacológico da insuficiência cardíaca (IC) de fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) reduzida ou levemente reduzida é altamente efetivo para redução de desfechos cardiovasculares. No entanto, a elegibilidade de pacientes idosos, com diversas outras condições crônicas, fragilidade e distúrbios cognitivos, para os ensaios clínicos randomizados (ECR) que fornecem as evidências para o tratamento farmacológico ainda é incerta. O objetivo deste estudo foi avaliar a validade externa dos ECRs de terapia farmacológica em IC através da avaliação de elegibilidade de pacientes idosos nos ECRs.

Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, conduzido entre Jan/2017 e Dez/2021 em hospital terciário, que incluiu pacientes > 60 anos atendidos consecutivamente com diagnóstico clínico de IC e FEVE menor ou igual que 45% no ecocardiograma. Foram avaliados dados da consulta clínica, exames complementares e múltiplos domínios geriátricos (através da avaliação geriátrica compacta de 10 minutos (TaGA-10)). Dados de todos os critérios de inclusão e exclusão de 74 ECRs foram então aplicados para cada paciente da coorte, determinando sua elegibilidade para cada um dos ECRs. 

Resultados: 202 pacientes com IC foram incluídos, com mediana (IIQ) de idade de 79,1 (75,8-83,6) anos, e FEVE de 36% (30-42%). A mediana (IIQ) de elegibilidade foi de apenas 33,9% (15,6-37,8%), a Figura 1 ilustra o percentual de pacientes incluídos para cada um dos 74 ECRs. Para os pilares da terapia farmacológica da IC, a elegibilidade nos ECRs foi de 50%(29-78%) para os inibidores do sistema renina-angiotensina, 20%(12-39%) para betabloqueadores, 25%(17-26%) para antagonistas do receptor de mineralocorticoide, e 56%(54-58%) para os inibidores SGLT2(Figura 2). As principais barreiras dos ECRs para não-elegibilidade, inerentes a população geriátrica, foram exclusões por: limitações físicas (47,3%), taxa de filtração glomerular (35.1%), limite superior de idade (33.8%), e transtorno cognitivo (29,7%).

Conclusão: Em pacientes idosos com IC e FEVE reduzida atendidos ambulatorialmente, a elegibilidade para os ECRs de terapia farmacológica em IC foi baixa. Estes resultados reforçam a urgente necessidade de incluir idosos no processo de geração da evidência científica e de se ponderar a validade externa dos resultados dos ECRs nesta população.

 
 

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