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Mapa Genoma Brasil: Registro de Cardiopatias Genéticas

Fernando Rabioglio Giugni, Natália Quintella Sangiorgi Olivetti, Fernanda Almeida Andrade, Lorena Squassante Capeline, Lucas Vieira Lacerda Pires, Bianca Domit Werner Linnenkamp, Emanuelle Leonília Marques, Mariana Lombardi Peres de Carvalho, Luciana Sacilotto, José Eduardo Krieger
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Introdução: As cardiopatias de origem genética, com herança mendeliana, são frequentes e podem beneficiar-se da identificação de variantes patogênicas, que auxiliam no diagnóstico, prognóstico, terapia individualizada e rastreamento familiar. Apesar disso, a população brasileira carece de estudos genotípicos sistemáticos em pacientes com cardiopatias genéticas. Este trabalho tem como objetivo criar um registro brasileiro de pacientes com cardiopatias genéticas, visando à identificação de variantes patogênicas em genes associados aos fenótipos.

 

Métodos: Foram incluídos pacientes com diagnóstico clínico de cardiomiopatias, dislipidemias, arritmias genéticas, aortopatias, cardiopatias congênitas e RASopatias. Foram coletados dados clínicos e realizado sequenciamento do exoma ou genoma completo dos pacientes para identificar variantes genéticas raras associadas aos fenótipos patogênicos.

 

Resultados: Até o final de janeiro de 2023, 1805 probandos foram incluídos, com idade mediana de 50 (36-61) anos, sendo 46,8% do sexo feminino. O diagnóstico clínico principal dos probandos foi: cardiomiopatia em 1061 (58,8%), aortopatia em 308 (17,1%), dislipidemia em 171 (9,5%), arritmia em 156 (8,6%), cardiopatia congênita em 104 (5,8%) e RASopatia em 5 (0,2%). Foram liberados 290 resultados de teste genético, dos quais 124 (42,8%) apresentaram variantes patogênicas ou possivelmente patogênicas, 69 (23,8%) apresentaram variantes de significado incerto (VUS) e em 97 (33,4%) não foram encontradas variantes associadas ao fenótipo do paciente. Os principais genes associados a cardiomiopatias foram MYH7, MYBPC3, TTN, TTR, TPM1 e PKP2; dislipidemias foram associada ao gene LDLR e a arritmias ao gene SCN5A. Ainda não foram divulgados resultados significativos para pacientes com aortopatias, RASopatias e cardiopatias congênitas.

 

Conclusões: Este registro brasileiro de pacientes possui uma ampla diversidade de doenças cardíacas monogênicas. Foram descritas as características fenotípicas e genotípicas desses pacientes. Observou-se uma alta proporção de testes genéticos com variantes patogênicas ou possivelmente patogênicas. Os resultados podem impactar o planejamento de estratégias em Medicina de Precisão Cardiovascular, aumentando a eficácia diagnóstica e prognóstica, e abrindo oportunidades para a investigação de novos mecanismos e terapias associados a estas doenças cardiovasculares.

 

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