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Bradicardia Induzida por Vírus : Comparação entre Pacientes Covid-19 X Não Covid-19

FREDERICO SCUOTTO, MAYARA MAZA MARQUES, ENIA LUCIA COUTINHO, CLAUDIO CIRENZA
Hospital Samaritano Higienópolis - São Paulo - São Paulo - Brasil

Introdução: A pandemia de Covid-19 demonstrou que alguns pacientes podem apresentar bradicardia em reposta ao processo infeccioso. No entanto, outras infecções virais como dengue e diarréia viral também podem cursar com bradicardia, que parece mais grave e sintomática que aquela apresentada pela Covid-19.

Métodos: Realizado estudo clínico retrospectivo em centro único (Hospital Samaritano Higienópolis) comparando parâmetros clínicos e de Holter de 24h entre dois grupos de pacientes que cursaram com bradicardia durante internação por processos infecciosos virais: Covid vs não-Covid. Foram excluídos do estudo pacientes com outras causas de bradicardia, doença cardíaca prévia, e suspeita de miocardite. Dessa forma, os grupos não-Covid e Covid contaram com 6 e 8 pacientes, respectivamente.

Análise estatística: dados são apresentados em média ± DP e mediana (intervalo interquartil) para variáveis numéricas paramétricas e não-paramétricas respectivamente, com comparações entre os grupos realizadas através dos testes t de Student e Mann-Whitney para variáveis numéricas com distribuição paramétrica e não-paramétrica, respectivamente. A significância estatística foi determinada com p < 0,05.

Resultados: A média de idade foi de 35,5 e 67 anos entre os grupos não-Covid e Covid respectivamente. Apenas um paciente no grupo Covid foi a óbito em estágio diferente ao da bradicardia apresentada. O grupo não-Covid apresentou FC média significativamente mais baixa (49.16 bpm vs. 63.13 bpm, p = 0.021), e FC minima mais baixa (36.33 bpm vs. 46.12 bpm, p = 0.04) que o grupo Covid. Ainda, o grupo não-Covid apresentou maior tempo em FC < 50 bpm (1035 min vs 38 min, p = 0.043). SDNN (241 ms vs 89 ms, p = 0.043) e pNN>50% (45.7% vs 5.52%, p = 0.008) foram significativamente maiores no grupo não-Covid.

Discussão: Apesar de dados conflitantes já publicados, a bradicardia relativa ao Covid-19 parece ser mais leve e, frequentemente, sem relação com desfecho clínico, conforme reportado por Stancampiano e cols, corroborando com os achados deste estudo.

Por outro lado, no grupo não-Covid, os sintomas parecem ser relacionados não apenas `a bradicardia, mas também a algum grau de disautonomia, conforme relatado por Carter e Sharda com relação a outras infecções virais, como a dengue.

Conclusão: A bradicardia relacionada `a Covid-19 é frequentemente mais leve e os sintomas mais brandos se comparado a outras infecções virais, ratificando que esta alteração ocorre em uma minoria de pacientes e raramente está relacionada ao desfecho clínico.

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