Introdução: Os instrumentos de medida em saúde válidos e fidedignos tem sido importantes e úteis para a melhoria do cuidado aos pacientes com cardiopatias. O objetivo foi de adaptar semanticamente o HeartQoL para a avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes submetidos à correção cirúrgica de valvopatias. O instrumento foi elaborado e validado por um grupo de pesquisadores europeus, possuindo 14 itens para a verificação do escore global do construto investigado e/ou verificação dos escores por dois domínios (físico e emocional). Método: Estudo metodológico, realizado no ambulatório de valvopatias de um hospital universitário do interior paulista. Foram incluídos pacientes que haviam sido submetidos à correção cirúrgica de valvopatias e, na ocasião, se encontravam em atendimento no respectivo ambulatório. As etapas percorridas foram: tradução do instrumento para a língua portuguesa do Brasil, obtenção do primeiro consenso da versão em português, avaliação pelo comitê de juízes e análise semântica. Resultados: Na tradução, foram contratados dois tradutores independentes, brasileiros com conhecimento da língua inglesa. Após, foram apresentadas ao comitê de juízes as versões traduzidas e a versão em inglês. Participaram desta etapa cinco juízes, três docentes com expertise na temática e no método, um linguista com fluência na língua inglesa, e um indivíduo que tenha sido submetido à correção cirúrgica de valvopatias anteriormente. Essa etapa ocorreu por videoconferência, de forma remota, chegando na versão consensual em português. Para análise semântica foi utilizado o formulário “DISABKIDS”. A amostra foi composta por 30 pacientes submetidos à correção cirúrgica de valvopatias. Primeiramente, os pacientes responderam a versão consensual em português do HeartQoL. Após, todos responderam o “Formulário de Avaliação Semântica - impressões gerais” e o “Formulário de Avaliação Semântica – específico”. A maioria dos participantes, classificou o instrumento como “Bom”, avaliou as questões como “Fáceis de entender”, não apresentou “Dificuldade para responder” e “Não sugeriu” alteração no instrumento. Os participantes sugeriram a inclusão de uma questão sobre a realização de atividade de física e a inclusão de mais uma categoria de resposta. Todavia, as sugestões não foram aceitas, visto que estas modificariam a estrutura das questões. Conclusões: O HeartQoL se mostrou adequado semanticamente para aplicação no Brasil, constituindo ferramenta importante para avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde nesta população.
