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Diagnóstico de Câncer Colorretal após Síndrome Coronária Aguda: Relato de caso e abordagem do conceito de Cardio-oncologia Reversa

Cláudia Taís Ribeiro da Rosa, Marcelo Dantas Tavares de Melo
Icardio - Santa Maria - RS - Brasil, CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CARDIOLOGIA DA SBC/INC/INCA - RIO DE JANEIRO - RJ - Brasil

Diagnóstico de Câncer Colorretal após Síndrome Coronária Aguda: Relato de caso e abordagem do conceito de Cardio-oncologia Reversa

Introdução

Grandes avanços tem ocorrido nas terapias da doença cardiovascular (DCV) e do câncer (CA) levando a um aumento na sobrevida dos pacientes acometidos por ambas patologias. Uma nova subespecialidade denominada Cardio-oncologia surgiu visando melhorar o atendimento, compreensão e pesquisa acerca dos efeitos do CA e suas terapias no sistema cardiovascular. Entretanto, evidências tem surgido de que a relação entre CA e DCV pode ser bidirecional, criando o conceito da Cardio-oncologia reversa. O presente relato de caso traz um exemplo de diagnóstico de adenocarcinoma de ceco 6 meses após internação por Síndrome Coronária Aguda e discute o conceito e mecanismos implicados na Cardio-oncologia Reversa.

Relato de caso

P.R.M, 59 anos, portador de Hipertensão Arterial Sistêmica , Dislipidemia e Diabetes  Mellitus  insulinodependente, Doença Arterial Coronária , interna em dezembro de 2021 com quadro de Angina Instável. Cineangiocoronariografia evidenciou lesão grave em terço médio da coronária circunflexa sendo realizada angioplastia com Stent farmacológico com sucesso. Em retorno ambulatorial seis meses após o paciente refere cansaço aos pequenos esforços e apresenta dosagem de hemoglobina=8,3mg/dl. Submetido a colonoscopia que evidenciou lesão vegetante em ceco com biópsia demonstrando adenocarcinoma moderadamente diferenciado. Foi realizada colectomia e o paciente segue em quimioterapia com 5-FU e oxaliplatina sem complicações cardiológicas até o momento.

Discussão

O conceito da Cardio-oncologia Reversa apresenta a idéia de que pessoas com DCV apresentam maior risco de diagnóstico de CA subsequente. Dados de estudos observacionais demonstram que pessoas com DCV tem risco 2 vezes maior de desenvolver CA em relação a população geral. Há evidência crescente de que mudanças sistêmicas que ocorrem na DCV podem ter efeitos carcinogênicos por 2 vias principais: fatores secretados na DCV (“cardiocinas”) e reprogramação celular via microRNAs. Estudos experimentais demonstram que a indução de DCV produz crescimento tumoral acelerado em animais. A melhor compreensão dessa interação bidirecional entre DCV e CA permitirá uma abordagem integrada das duas especialidades visando reduzir a carga global das duas maiores causas de mortalidade dos dias atuais.

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