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Evolução pós-operatória da fibrose miocárdica em pacientes com valvopatia aórtica - dados de ressonância magnética

Lucas Tachotti Pires, Vitor Emer Egypto Rosa, Thamara C Morais, Carlos Eduardo Rochitte, César H Nomura, Pablo M A Pomerantzeff, Roney Orismar Sampaio, Juliana H S M Bello, Paulo Sampaio Gutierrez, Flávio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A estenose aórtica (EAo) e a insuficiência aórtica (IAo) levam ao remodelamento do ventrículo esquerdo, ocasionando tanto fibrose quanto hipertrofia miocárdica. Tanto o fração percentual de volume extracelular (ECV) quanto a quantidade absoluta de volume extracelular (iECV) mostraram-se importantes marcadores de fibrose miocárdica (FM) difusa. Ainda são escassos na literatura os dados sobre a evolução pós-operatória destes marcadores avaliados pela ressonância magnética cardiovascular, nesta população. Neste estudo, são demonstradas as alterações pós-operatórias que ocorrem na FM difusa em pacientes com EAo e IAo, e são comparados os dados dos dois grupos.

Metodologia: Foram incluídos no estudo de forma prospectiva pacientes com EAo importante ou IAo importante com indicação de cirurgia valvar. Os pacientes foram submetidos à ressonância magnética até 3 meses antes do procedimento, e novamente entre 6 e 9 meses após a cirurgia.

Resultados: Foram analisados os dados de 99 pacientes (32 com IAo e 67 com EAo). Após a cirurgia, houve diminuição da massa do ventrículo esquerdo nos dois grupos (IAo: 110 vs 91g/m2; EAo: 86 vs. 68g/m2, ambos p<0,001). A quantidade de realce tardio manteve-se estável nos dois grupos (IAo: pré-operatório 1,9% vs. pós-operatório 1,7%, p=0,575; EAo: pré-operatório 2,4% vs. pós-operatório 2,4%, p=0,615). O ECV e o iECV pré-operatórios foram maiores nos pacientes com IAo (iECV: 30mL/m2 vs. 22mL/m2, p=0,001; ECV: 28,4% vs. 27,2%, p=0,048). Houve diminuição do iECV após a cirurgia em ambos os grupos (IAo: 30–26,5mL/m2, EAo: 22–18,2mL/m2, ambos p<0,001); mantendo-se maior nos pacientes com IAo (IAo: 26,5mL/m2 vs. AS: 18,2mL/m2, p<0,001). Após a cirurgia, o ECV manteve-se estável no pacientes com IAo (pré-operatório 28,4% vs. pós-operatório 29,9%; p=0,617) e aumentou nos pacientes com EAo (pré-operatório 27,2% vs. pós-operatório 28,6%; p=0,033).

Conclusões: Tanto pacientes com EAo quanto com IAo apresentaram redução do iECV após a cirurgia, confirmando que, diferentemente da fibrose focal representada pelo realce tardio, a FM difusa apresenta um comportamento reversível após o tratamento. Pacientes com EAo apresentaram aumento do ECV no pós-operatório, sugerindo uma diminuição mais precoce do componente miocárdico celular após a cirurgia. De forma diversa, naqueles com IAo a diminução do iECV foi acompanhada de ECV estável, sugerindo que nesta valvopatia a redução dos componentes miocárdicos celular e extracelular ocorre de forma balanceada.

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