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Papel da dapagliflozina no pré-condicionamento isquêmico de pacientes com doença arterial coronariana estável sintomática: DAPA-IP Trial

Marco Alexander Valverde Akamine, João Paulo Mota Telles, Gabriela Nicole Valverde Rodriguez, Beatriz Moreira Ayub Ferreira, William Azem Chalela , Paulo Rogério Soares, Thiago Luis Scudeler
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

O pré-condicionamento isquêmico (PI) é um poderoso mecanismo celular cardioprotetor que tem sido relacionado ao “warm-up phenomenon” ou “walk-through” angina, e tem sido documentado através do uso de testes de esforços sequenciais (TEs). Sabe-se que várias drogas podem interferir nas vias celulares do PI. O objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos da dapagliflozina, um inibidor do co-transportador de glicose de sódio 2 (SGLT2), sobre o PI em pacientes com doença arterial coronariana (DAC) estável, sintomática e com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada. Realizamos um estudo prospectivo que avaliou o PI através da análise dos parâmetros isquêmicos em 2 TEs sequenciais. Na fase I, sem dapagliflozina, os pacientes realizaram TE1 e TE2 com intervalo de 30 minutos entre eles. Na fase II, após 1 semana de dapagliflozina 10 mg uma vez ao dia, todos os pacientes foram submetidos a 2 TEs consecutivos (TE3 e TE4). O PI foi considerado presente quando o tempo para atingir o desvio de 1.0 mm no segmento ST (T-1.0 mm) e o produto da pressão pela frequência (PPF) foram maiores no segundo teste das 2 fases. As melhoras em T-1,0 mm e PPF foram comparadas nas 2 fases: sem dapagliflozina e após 1 semana de dapagliflozina para avaliar a ação dessa droga nos mecanismos de proteção miocárdica. Os TEs foram analisados por 2 cardiologistas independentes. A amostra, com idade média de 62 anos, apresenta 73.7% de indivíduos do sexo masculino, 42.1% de diabéticos, 10.5% de pacientes com infarto do miocárdio prévio, FEVE média de 62.1% e 78.9% de pacientes bi ou triarteriais. Dos 25 pacientes com DAC triados, 20 pacientes manifestaram PI demonstrando melhora de T-1.0 mm no TE2 em relação ao TE1, sem uso de qualquer medicamento (fase I). Na fase II, após 1 semana de dapagliflozina, os pacientes apresentaram melhora no tempo para o desvio ST de 1.0 mm (diferença de tempo de 104.8 ± 97.7 s, p < 0.001) e na PPF (incremento de 1832.5 ± 3817.3 bpm x mmHg, p = 0.05) quando comparado TE3 em relação ao TE1. Quando comparado TE4 em relação a TE2, novamente foi observado melhora incremental no tempo para o desvio ST de 1.0 mm e na PPF após a introdução de dapagliflozina (118.1 ± 102.7 s, p < 0.001 e 2204.9 ± 3466.8 bpm x mmHg, p = 0.013, respectivamente). Portanto, este estudo mostra que a dapagliflozina apresenta benefícios no PI de pacientes com DAC sintomática estável.

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