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Registro Brasileiro Scalibur: Análise de 219 pacientes com Dissecção Espontânea de Artéria Coronária

Paula Santiago Teixeira, Julio Paiva, Alessandra Oliveira, Fernanda Andrade, Carlos Campos, Fernando de Vito, Diego Silveira, Adriano Caixeta
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL, UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A dissecção espontânea da artéria coronária (SCAD) é uma dissecção epicárdica não aterosclerótica, traumática ou iatrogênica. A fisiopatologia ainda não está completamente elucidada, mas está relacionada a fatores desencadeantes como estresse emocional, físico ou gravidez. Ocorre por formação de hematoma intramural ou ruptura intimal que obstrui a artéria coronária, causando infarto agudo do miocárdico, sobretudo em mulheres jovens. A descrição demográfica, clínica e angiográfica do SCAD numa coorte brasileira é pouco explorada. Objetivo: Avaliar o perfil demográfico, clínico, angiográfico e gatilhos de SCAD em uma população brasileira.Métodos: O registro SCALIBUR é um estudo retrospectivo e prospectivo de pacientes com SCAD envolvendo 26 Hospitais no Brasil. Revisão de base de dados do REDcap no período de 2010-2023.Resultados: Houve 219 pacientes com SCAD, com idade média de 50,15 ± 10,56 anos (26 a 84 anos) com incidência prevalente no gênero feminino (87%). Os pacientes apresentavam nenhum ou poucos fatores de risco para doença arterial coronariana, incluindo hipertensão arterial (28%), história familiar de doença coronariana precoce (21%), dislipidemia mista (17%) e tabagismo ativo (18%). Dez por cento dos casos de SCAD ocorreram no ciclo gravídico puerperal. A maioria dos casos de SCAD manifestou-se como infarto agudo do miocárdio sem supra-ST, IAMSSST (45%), infarto agudo do miocárdio com supra-ST, IAMCSST (34%) e angina instável (9%). Entre os fatores desencadeantes, presentes em 57,8% dos casos, destaca-se: estressor emocional (21%) e menopausa (16%). A displasia fibromuscular, não investigada sistematicamente, foi observada em poucos casos (7%), gestação (0,5%), puerpério (9%), estressor físico (5,4%), uso de terapia hormonal (3%) e doenças psiquiátricas (2,7%). A artéria descendente anterior foi o vaso mais acometido, seguida pela coronária direita e circunflexa. SCAD tipo II ocorreu em (48,82%). Complicações graves mais frequentes foram choque cardiogênico (3%) e parada cardiorrespiratória (1%).Conclusão: Nesta grande coorte brasileira, a SCAD afetou sobretudo mulheres jovens com nenhum ou poucos fatores de risco clássicos para a doença coronária. É uma importante causa de infarto agudo do miocárdio principalmente em mulheres jovens. Possui fatores de risco próprio, condições associadas, diferentes implicações diagnósticas, terapêuticas e prognósticas em comparação com a doença coronária aterosclerótica.São necessários mais estudos prospectivos para maior conhecimento dessa patologia.

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